Começa amanhã na Biblioteca Mário de Andrade, o Seminário da Noite Paulistana. O objetivo é reunir convidados internacionais e nacionais para discutirem com o público a ” importância da noite, dentro de uma visão urbana que insere a questão do tempo, da diversidade e da criatividade como temáticas cruciais para o planejamento das metrópoles contemporâneas”. O evento vai até o dia 21 de março e tem co-realização da Secretaria Municipal de Cultura de São paulo.
A partir do conteúdo transcrito, será produzida uma publicação gratuita a ser distribuída pela Prefeitura da Cidade de São Paulo. O SEMINÁRIO DA NOITE PAULISTANA será transmitido ao vivo no site: www.colaboratorio.art.br/seminariodanoite. Confira no site a programação completa dos quatro dias!
Palestrantes
Mirik Milan – Prefeito da Noite de Amsterdam, é diretor estratégico e criador de festas e eventos. Possui vários anos de experiência na produção dessas atividades, além de desfiles de moda e eventos culturais em geral. Desde 2012 Mirik Milan atua como prefeito da noite de Amsterdã, função que o coloca como intermediário entre a municipalidade e a vida noturna da cidade, além de porta-voz de tudo que se envolve a noite da cidade. Outra de suas funções é garantir que investidores e planejadores urbanos levem em consideração os aspectos que concernem à cultura, aconselhando políticos e encontrando soluções criativas em casos de conflito. Para a continuidade do trabalho como prefeito da noite, Mirik Milan deu início à criação de uma fundação e, ao longo desse período, permaneceu em contato com outras cidades europeias – Paris, Berlim e Londres – enquanto trabalhavam para o estabelecimento da função do prefeito da noite. Além disso, Mirik Milan atua como embaixador do Young Stedelijk do Museu de Arte Moderna de Amsterdã.

Geógrafo francês doutor em Territórios Urbanos
Luc Gwiazdzinski é doutor em geografia e graduado pelo Institut des Hautes Études en Aménagement et Développement du Territoire (IHEDAT). Dirigiu agências de desenvolvimento, mobilidade, urbanismo e desenvolvimento sustentável.
Nas metrópoles, a noite urbana, definida como um período em que as atividades se reduzem muito, se limita hoje em dia a uma faixa de horário que vai da 1h30 às 4h30 da madrugada. Surgem conflitos entre indivíduos, grupos e bairros da cidade o tempo todo.
Entre liberdade e insegurança, “noites brancas” e violências urbanas, a noite se convida pouco a pouco na atualidade do dia. Face a essas evoluções, os atores públicos se mobilizam. As iniciativas se multiplicam por todo lado nas cidades para responder a uma nova demanda interna, bem como a uma preocupação de atratividade. Dimensão esquecida da cidade, a noite se tornou um campo de tensão e de inovação central. A noite, decididamente, tem muito a dizer ao dia.
Sociólogo PHD em Comunicação e diretor do Instituto Mgill de Estudos do Canadá
e The Urban Night as Interdisciplinary Object [A noite urbana como objeto interdisciplinar].
A apresentação lançará um olhar sobre os modos em que administrações municipais, tanto nas Américas quanto na Europa, desenvolveram políticas que produzem novas geografias da vida noturna. Comparando-se as diferentes cidades entre si é possível observar uma diferença entre as políticas que buscam centralizar a atividade cultural noturna e aquelas que pretendem distribuí-la por toda a cidade.
Algumas cidades, como Montreal ou Detroit, utilizam-se de espetáculos luminosos para aumentar o apelo de seus centros monumentais. Outras, como Bogotá, desenvolvem zonas culturais noturnas como forma de intensificar versões locais da cultura e do comércio noturnos. Cidades como Toronto fazem uso de eventos culturais noturnos (como nuits blanches) para distribuir a atividade cultural por diferentes áreas da cidade, em um esforço para ir de encontro às percepções de insegurança e subdesenvolvimento culturais associados a certos bairros.
Em relação à administração municipal contemporânea de modo geral, um debate fundamental opõe defensores da atividade noturna centralizada e defensores da atividade distribuída – aqueles que são a favor de destacar as atrações já existentes na cidade e aqueles que desejam transformar a cidade como um todo em um lugar de “cidadania noturna”.
* Nabil Bonduki – Vereador e especialista em planejamento urbano
* Fernando Mello Franco Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano
* Alex Atala Chef de Cozinha
* Facundo Guerra – Empresário
* Gilberto Dimenstein – Jornalista
* Ferréz – Romancista, contista e poeta
* Camilo Rocha – DJ e Jornalista
* Elaine Bortolanza – Doutora em Psicologia
* José Mauro Gnaspini – Diretor artístico da Virada Cultural de São Paulo
* Ana Carla Fonseca – Empresária e especialista em Economia Criativa
* Haydée Svab – Membro da comunidade Transparência Hacker e do do grupo de Extensão APÉ – estudos em mobilidade.