Com apenas sete meses de abertura, o restaurante O Alquimista segue ganhando estrelas indo na contramão dos pratos tradicionais oferecidos na cidade
Saindo de São Paulo por Guarulhos sentido Bragança Paulista, logo depois de passar por Extrema, divisa do estado com Minas Gerais, você sobe uma serra depois de Camanducaia e chega a Monte Verde. São apenas 165 km desde São Paulo para entrar em uma atmosfera completamente diferente das grandes cidades e da capital paulista. Eu saí de Ribeirão Preto, um pouco mais longe, mas posso afirmar que visitar Monte Verde é um passeio que vale cada quilômetro rodado.
Logo na primeira noite fui convidada a conhecer o restaurante O Alquimista, comandado pelo chef Edu Cardoso, com o sócio investidor e empresário da hotelaria da cidade, Valdir Ruppel. Aberto há apenas sete meses, o restaurante segue ganhando estrelas em sites de avaliação, como o Trip Advisor. O sucesso é resultado de caminhar na contramão dos pratos facilmente encontrados nos vários restaurantes da cidade, como fondue e truta.
O salão é abraçado por uma lareira que deixa o clima muito aconchegante, e ela pode ser vista de todas as mesas do salão interno. E é bem ali, ao lado da lareira, que o chef recebe casais que estão celebrando alguma data importante, com uma mesa prepara especialmente para a celebração.
Menu Restaurante O Alquimista
O menu do restaurante O Alquimista tem pratos elaborados, como o camarão na moranga muito bem executado, delicioso, e a costelinha com barbecue de goiabada, desmanchando no garfo de tão suculenta. Mas a estrela do cardápio é mesmo o polvo. “São pelo menos 40kg de polvo por semana”, diz o chef. E fresco. Ele mesmo se encarrega de ir ao Ceagesp de Pinheiros uma vez por semana na madrugada escolher e comprar as peças. “Luto muito para ter meus insumos de altíssima qualidade aqui em Monte Verde”, comenta Edu Cardoso. E tanta dedicação se reflete nos pratos.
O chef coleciona mais de 20 anos de trajetória na gastronomia, com passagens por importantes cozinhas como a do chef Alain Poletto, eventos para grandes marcas, trabalho no aeroporto de Guarulhos e muito mais. Além do restaurante O Alquimista, apelido que o chef ganhou há nove anos, outros projetos estão prontos para saírem do papel, como os restaurantes Canjica, de comida nordestina, o Havanna que será ambientado nos anos 80, e o Farofa, pra ganhar o mundo com a comida brasileira. “Entrei na cozinha pela chaminé. Comecei aos 19 anos primeiro no salão e depois na cozinha, onde eu mais amo estar. Quero deixar meu legado”, completa o chef.
Para o chef a cozinha pode ser porta de entrada para ajudar outras pessoas a se desenvolverem profissionalmente. Parados por conta da pandemia, ele possui vários projetos sociais estruturados como o Instituto Chucrutes, com o objetivo de ensinar educação alimentar para crianças, o Gostonomia, que habilita jovens que queiram entrar no ramo da gastronomia, e o Panela Velha pra idosos. “Pra contar e ouvir histórias”, diz Edu.
O restaurante O Alquimista acomoda 80 pessoas, mas agora durante a pandemia reduziu sua capacidade respeitando o distanciamento social entre as mesas, e todo o protocolo de segurança na entrada. Os garçons são muito atentos e o menu ganha novidades todos os meses.
Restaurante O Alquimista
Avenida Monte Verde, 541.
Atendimento de terça a quinta-feira das 12h às 23h.
Veja o Instagram do restaurante.
